As diferenças entre o tratamento dispensado aos homossexuais no Brasil e nos EUA não se restringem apenas ao aspecto das leis.
Dois exeplos baseados em fatos que aconteceram na última semana ilustram bem o que eu quero dizer.
Nos EUA, mais precisamente em San Francisco, na Califórnia, um casal de lésbicas foi convidado a se retirar de um museu simplesmente porque... estavam de mãos dadas!
O casal foi buscar os seus direitos, após ser violentamente interpelado pelo segurança do local, e foi instado pela segurança a procurar a Justiça. Foi o que fizeram, saindo dali para uma delegacia e, imediatamente, a um tribunal.
Lá, o juiz responsável pela Vara de Execuções Penais deu-lhes o ganho de causa, alegando que "a conduta do estabelecimento fere os princípios de liberdade de expressão e opinião do indivíduo, direitos estes garantidos pela Canstituição Americana", a mais respeitada do planeta. E mais: "Tal conduta não se caracteriza como comportamento inconveniente, devendo o estabelecimento em questão (museu)ser responsabilizado criminalmente por preconceito e injúria, haja vista que boa parte da parcela da sociedade americana é composta por homossexuais".
As duas mulheres recebem uma indenização estipulada pela Justiça, paga pelo museu onde viveram aquela fatídica tarde. A empresa responsável pela segurança do museu (terceirizada, aliás) afastou o funcionário dos seus quadros. As duas meninas tiveram os seus direitos respeitados!
E no Brasil? Thammy Gretchen, assumidamente lésbica, foi com a sua namorada em uma padaria no bairro da Aclimação, no centro de São Paulo. Demosntrando afeto e amor para com sua companheira, deu-lhe um singelo beijo, gerando revolta e aglomeração de pessoas de mente involuída e de má índole, somando-se a elas os próprios funcionários do estabelecimento. Foram obrigadas a se retirar dali.
Indignada, Thammy registrou um boletim de Ocorrência contra o estabelecimento, acusando o dono, seus funcionários e frequentadores de discriminação e injúria. De posse do documento policial, ingressou na Justiça com uma ação contra tais pessoas. Às autoridades, o dono do estabelecimento, bem como os seus funcionários, disse ter "alertado" as meninas sobre sua postura "constrangedora" para outros clientes do local. Thammy declarou que irá até o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que seus direitos sejam respeitados.
Não é preciso dizer muito para ver que existem diferenças sensíveis, mas cruciais nos dois casos, além é claro da localidade. Enquanto as leis americanas garantem os direitos de todos os cidadãos, a Justiça brasileira indispõe de mecanismos que garantam a igualdade entre os cidadãos da Pátria-Mãe Gentil. Para um país que se gaba de ter uma democracia plena, pode-se dizer que isso é um absurdo, para não dizer ridículo.
São pequenos exemplos que constroem grandes sociedades. Os Estados Unidos podem ter muitos defeitos em relação à condução da economia e nos rumos da política, mas respeitam a todos os seus habitantes, tratando-os como iguais perante à Lei e aos direitos. Já o Brasil, orgulhosos pela sua diversidade e por sua pluralidade e pela liberalidade, ainda engatinha na questão do respeito aos cidadãos, cada vez mais indignados com as provas evidentes ao cubo de preconceito para com os diferentes, especialmente os negros e os homossexuais. É revoltante e simplesmente enojante!
Com estes dois exemplos, mostrei a vocês que falta muito, ainda, para que o Brasil tenha uma posição de destaque e seja uma opção viável e acessível de turismo, já que nós, gays, somos bons consumidores e excelentes turistas. Já pensou se este tipo de aberração cometida contra Thammy Gretchen e sua namorada fosse cometida em plena Copa do Mundo ou Olimpíada, por exemplo? Com certeza absoluta, seria outra vergonha perante o mundo, acrescida às muitas que vivemos.
Mente aberta, ó meu país: MUDA, BRASIL!!!! A Comunidade LGBT agradecerá, de coração.
DHANNYELLY AUGUSTA DE ALMEIDA TÉTRICO
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